O meu livro não caiu do céu, pelo menos aquele céu azul que observamos todos os dias pela janela que nos recorda o mar do Oceano e a luz do bem ou a escuridão do mal. O meu livro caiu duma prateleira simples, de uma biblioteca antiga, vazia, apenas com corredores e corredores de livros. Bem, isto é, se considerarmos uma prateleira apenas uma prateleira, mas se a considerarmos algo mais, como um céu, então podemos dizer que o meu livro caiu do céu, não o céu acima descrito, mas sim o céu que eu considero grande e misterioso. Um céu que apenas nuns meros centímetros contém a vida de milhares de pessoas e inúmeros universos, cada um diferente do outro.
O livro não caiu do nada,o livro chamou-me.
Estava sentada sozinha na biblioteca, apenas com mais uma senhora de idade, que já pouco ou nada ouvia,denominada por bibliotecária. Estava sentada a estudar, rodeada de apontamentos espalhados pela mesa velha de madeira, que já pouco se via dela. Decidi ir procurar mais um livro de história sobre o início da Idade Média. Mas perdi-me, perdi-me nos inúmeros corredores e estantes. Ouvi uma voz, uma voz fina e delicada, a pedir socorro. Segui a voz, mas esta veio por detrás de um livro, tirei-o da estante para espreitar para o outro lado.
Tinha o livro numa mão e a curiosidade no outro lado, espreitei, mas a voz mudou de direcção, agora vinha do livro que tinha na mão.
Decidi abri-lo e folheá-lo. Era um livro bastante antigo, já com as folhas castanhas e as letras manchadas. Não resisti, li a primeira frase e dizia: "Domingos José Correia Botelho de Mesquita Menesses, fidalgo de linhagem e um dos mais antigos solarengos de Vila Real de Trás-os-Montes(...)".
Mariana Ramos Maia
gostei imenso dos teus textos
ResponderExcluircontinua :)
vê isto:
http://fotos.sapo.pt/blogler/fotos/?uid=q8M2Fi9Zve3WWFJJ4bSU
Obrigada,
ResponderExcluirvou enviar o meu texto para a revista (: