
Enquanto
cavalgava pela quinta antiga com já dois séculos de história, pensei, pensei
como a população se tornou materialista e egoísta. Senti-me revoltada com a
sociedade que antes nascera do afecto e carinho dos progenitores e protecção dos
pais e Tudo o que era puro e naturalista se tornou no que hoje se vê num olhar
pela janela da sala. Tudo o que cabia á inspiração foi ocupado pela negação do
belo, onde a rivalidade tomou lugar ao amor e inocência de quem o habitava,
tudo aquilo que tornava uma cidade alegre, está agora degradado ao tornar um
céu azul num negro que mata qualquer olhar belo de um humano.
Hoje, onde a
força me escapa das rédeas do cavado ao galopar, escapa-me também a força da
mente para contestar contra este mundo de pessoas robóticas. Eu, apesar de já
velha, ainda faço parte dos fracos que se encantam pelo romantismo e pelo belo
das esculturas greco-românicas, onde cada curva era maravilhosamente delineada
e esculpida, ao contrário deste mundo de meros parasitas da robótica que se
chamam de humanos.
Mariana Ramos Maia