quinta-feira, 29 de março de 2012

O Céu Vestido de Negro


Andava com o cavalo cor de pérola pelo jardim, de chão prateado e trigos de ouro onde o pensamento residia no galopar do cavalo. O mundo tinha-se tornado cruel, materialista e sem escrúpulos, onde o romantismo perdeu lugar e se tornou para os fracos. Um mundo onde a ignorância reside nas faces da população que habita o mundo que durante séculos foi chamado de planeta azul, onde agora apenas se vê cinzento e preto nos céus de quem tem coragem de erguer a cabeça ao ar.
Enquanto cavalgava pela quinta antiga com já dois séculos de história, pensei, pensei como a população se tornou materialista e egoísta. Senti-me revoltada com a sociedade que antes nascera do afecto e carinho dos progenitores e protecção dos pais e Tudo o que era puro e naturalista se tornou no que hoje se vê num olhar pela janela da sala. Tudo o que cabia á inspiração foi ocupado pela negação do belo, onde a rivalidade tomou lugar ao amor e inocência de quem o habitava, tudo aquilo que tornava uma cidade alegre, está agora degradado ao tornar um céu azul num negro que mata qualquer olhar belo de um humano.
Hoje, onde a força me escapa das rédeas do cavado ao galopar, escapa-me também a força da mente para contestar contra este mundo de pessoas robóticas. Eu, apesar de já velha, ainda faço parte dos fracos que se encantam pelo romantismo e pelo belo das esculturas greco-românicas, onde cada curva era maravilhosamente delineada e esculpida, ao contrário deste mundo de meros parasitas da robótica que se chamam de humanos.
Mariana Ramos Maia

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