quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Fim da Linha


Dizem que a morte é quando o coração pára de bater, o sangue deixa de percorrer as nossas veias, o cérebro não responde e deixamos de ver, ouvir e falar, o tacto passa a ser uma coisa sem sentido, dizem que a morte é deixar de viver.
Para mim a morte não existe, não passa de uma banalidade do dia-a-dia, é a tentativa de explicação numa palavra apenas para o desaparecimento das pessoas, é a explicação para o acto físico duma paragem do coração, mas na realidade o coração nunca pára, haverá sempre alguém por quem o nosso coração há-de bater, alguém por quem o nosso sangue passe nas veias e haverá alguém por quem possamos ver, ouvir, falar, tocar e haverá sempre alguém que vai fazer as coisas por quem deixou de as conseguir fazer porque diz o senso comum que apenas morreu.
É impossível dizer que uma pessoa morreu quando permanece no coração de alguém, é impossível afirmar que para além da vida existe vida ou que as almas permanecem, senão de onde vem o vento que nos indica para onde ir, de onde viria o sexto sentido feminino senão das mães e avós? De onde vêm os sonhos senão da mente de alguém que já cá não está presente fisicamente.
Não podemos afirmar que a morte existe mesmo, podemos apenas afirmar que as pessoas passam de uma forma física a pura e simplesmente forma psicológica, tornam-se o nosso rumo e o vento que faz com que permaneçamos fortes sem a sua presença, a morte é a passagem do real para o irreal.
Mariana Ramos Maia

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