Poucas
pessoas são capazes de admitir que têm medo, medo do fogo, da água, do escuro
ou até mesmo da luz. No entanto não sabem que este é a arma secreta para viver,
é o que nos dá coragem para seguir em frente e lutar, mesmo num dia escuro onde
a única claridade sejam os relâmpagos que caem do céu sem avisar e explodem em
terra fazendo um bebé chorar.
Eu sou
capaz de admitir que tenho muitos medos, medo de me abandonarem e ficar
sozinha, num quarto sem luz nem som, onde o vazio me asfixia, mas, mesmo assim
todos os dias em que me vejo sem ninguém com quem possa falar, luto para evitar
que a solidão me leve para um beco. Também a morte me mete medo, sabendo que
cada dia a vida se encurta mais um pouco e a linha se torna mais próxima da
nossa alma. No entanto, são todos os dias que tento lutar contra os meus medos
desde o minuto em que acordo até ao minuto em que adormeço, crio forças em mim
para esconder a alma e mantê-la jovem. Crio uma máscara e finjo que nada me
afecta, que não ganho doenças ou que sou imune às críticas dos que me odeiam e
aos erros que cometo. Tenho medo da prisão e anseio a liberdade, onde a alma
poderá ser livre e terá hipótese de conhecer o mundo exterior e envelhecer como
uma flor que é.
“Pode um homem continuar a ser valente se tiver medo?”
“Essa é a única maneira de um homem ser valente” (George R. R. Martin)
“Essa é a única maneira de um homem ser valente” (George R. R. Martin)
Mariana Ramos Maia