terça-feira, 14 de agosto de 2012

O medo da minha alma


Poucas pessoas são capazes de admitir que têm medo, medo do fogo, da água, do escuro ou até mesmo da luz. No entanto não sabem que este é a arma secreta para viver, é o que nos dá coragem para seguir em frente e lutar, mesmo num dia escuro onde a única claridade sejam os relâmpagos que caem do céu sem avisar e explodem em terra fazendo um bebé chorar.
Eu sou capaz de admitir que tenho muitos medos, medo de me abandonarem e ficar sozinha, num quarto sem luz nem som, onde o vazio me asfixia, mas, mesmo assim todos os dias em que me vejo sem ninguém com quem possa falar, luto para evitar que a solidão me leve para um beco. Também a morte me mete medo, sabendo que cada dia a vida se encurta mais um pouco e a linha se torna mais próxima da nossa alma. No entanto, são todos os dias que tento lutar contra os meus medos desde o minuto em que acordo até ao minuto em que adormeço, crio forças em mim para esconder a alma e mantê-la jovem. Crio uma máscara e finjo que nada me afecta, que não ganho doenças ou que sou imune às críticas dos que me odeiam e aos erros que cometo. Tenho medo da prisão e anseio a liberdade, onde a alma poderá ser livre e terá hipótese de conhecer o mundo exterior e envelhecer como uma flor que é.
“Pode um homem continuar a ser valente se tiver medo?”
“Essa é a única maneira de um homem ser valente” (George R. R. Martin)
Mariana Ramos Maia

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