sábado, 14 de abril de 2012

A força das palavras


Nem todas as palavras são simples, algumas são grandes e outras curtas, umas robustas e floridas outras ingénuas e doces, mas também há aquelas de ódio e as de paixão, de esperança e terror.
Aquela, que tu tanto odeias, é a que me faz sentir confiante, a que tu tanto usas, faz-me sentir desprezível e impede-me de me afastar de ti e ser totalmente livre. Mas, a palavra que nunca foi pronunciada por ti é, sem dúvida alguma, a que eu mais quero ouvir da tua boca, olhos nos olhos, é aquela que eu sonho noites e noites, aquela que faz com que eu continue em cima dos caminhos-de-ferro e siga como um comboio, que faz a mesma viagem vezes e vezes sem conta mas sem nunca encontrar um destino certo. Em tempos o verão costumava ser azul, o inverno branco e o amor vermelho ardente. Antes tu eras vermelho, costumavas-me dizer palavras doces e carinhosas, eras também verde como a alegria dos campos cheios de relva na primavera.
Esses dias onde eras de mil cores foram em vão, acabaram por me destruir por dentro e o que tínhamos tornou-se agora um mar incerto, um cinzento que não é negro como o carvão nem branco como a neve pálida. O que temos agora é meramente físico e químico, onde o inconsciente é deixado para trás como se fosse para os fracos e eu fui deixada num campo de catos no meio do deserto das palavras.

Mariana Ramos Maia

3 comentários:

  1. Muitos parabéns Mariana está muito bonito! Obrigada por partilhares estas "Words" ;)

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  2. Obrigada eu (: espero melhorar e evoluir em breve

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  3. Estás num bom caminho. Força! :)

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