
Aquela, que tu tanto odeias, é a
que me faz sentir confiante, a que tu tanto usas, faz-me sentir desprezível e
impede-me de me afastar de ti e ser totalmente livre. Mas, a palavra que nunca
foi pronunciada por ti é, sem dúvida alguma, a que eu mais quero ouvir da tua
boca, olhos nos olhos, é aquela que eu sonho noites e noites, aquela que faz
com que eu continue em cima dos caminhos-de-ferro e siga como um comboio, que
faz a mesma viagem vezes e vezes sem conta mas sem nunca encontrar um destino
certo. Em tempos o verão costumava ser azul, o inverno branco e o amor vermelho
ardente. Antes tu eras vermelho, costumavas-me dizer palavras doces e
carinhosas, eras também verde como a alegria dos campos cheios de relva na
primavera.
Esses dias onde eras de mil cores
foram em vão, acabaram por me destruir por dentro e o que tínhamos tornou-se
agora um mar incerto, um cinzento que não é negro como o carvão nem branco como
a neve pálida. O que temos agora é meramente físico e químico, onde o
inconsciente é deixado para trás como se fosse para os fracos e eu fui deixada
num campo de catos no meio do deserto das palavras.
Mariana Ramos Maia
Muitos parabéns Mariana está muito bonito! Obrigada por partilhares estas "Words" ;)
ResponderExcluirObrigada eu (: espero melhorar e evoluir em breve
ResponderExcluirEstás num bom caminho. Força! :)
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